Atos públicos na capital mineira alertam sobre impactos das barragens e pedem justiça para vítimas de MG e ES
Mais de 1.000 pessoas afetadas por barragens em Minas Gerais e Espírito Santo se reuniram hoje (26) na capital mineira para protestar contra os danos causados pela privatização de estatais, buscar compensações individuais nas regiões da Bacia do Paraopeba e Três Marias, e continuar suas reivindicações no processo de repactuação na Bacia do Rio Doce. Os manifestantes se uniram em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no Tribunal Regional Federal da 6ª Região, no Ministério Público de Minas Gerais e na 2ª Vara da Fazenda do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dando início às manifestações por volta das 9h30.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lançou a campanha “Revida Mariana” em Minas Gerais como parte do evento, com o objetivo de pressionar tanto a justiça brasileira quanto a estrangeira a garantir reparação efetiva e punição aos responsáveis pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido quase 8 anos atrás.
Um dos principais pontos enfatizados pelos manifestantes foi a falta de ações efetivas em benefício dos atingidos, como a construção de moradias e o reconhecimento de grupos afetados, incluindo os areeiros, os indígenas Puri e os trabalhadores do turismo do litoral capixaba. Além disso, a privatização de estatais tem gerado impactos negativos na vida de centenas de pessoas, resultando no aumento das tarifas, no desemprego em massa e na eliminação de benefícios sociais.
O processo na justiça brasileira tem avançado lentamente, enquanto uma ação movida em Londres busca indenizações individuais em um dos maiores processos do mundo relacionados a desastres ambientais. As empresas BHP Billiton e Vale, controladoras da Samarco à época do crime, estão sendo julgadas nessa ação, com potenciais indenizações de até R$ 230 bilhões.