Facebook cancela 52 perfis falsos que atuaram nas eleições do Estado
As contas teriam turbinado as campanhas dos candidatos a prefeito na Grande Vitória
O Facebook anunciou que removeu 52 perfis falsos que atuavam de forma coordenada nas redes sociais para curtir, comentar e compartilhar postagens e, assim aumentar a popularidade de candidatos no Estado durante a campanha eleitoral de 2020.
Segundo a empresa, três políticos teriam sido beneficiados pela atuação dessas contas: Sergio Vidigal (PDT), eleito prefeito da Serra; Euclério Sampaio (DEM), eleito prefeito de Cariacica; e o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que disputou a eleição para prefeito de Vitória, mas ficou em terceiro lugar.
A remoção dos perfis foi realizada em dezembro, um mês após a eleição, e divulgada somente agora no Relatório de Comportamento Inautêntico Coordenado do Facebook. Ao todo, foram 34 contas e uma página removidas do Facebook e 18 do Instagram, todas elas por violarem a política da empresa.
Os perfis falsos teriam como objetivo, supostamente, promover um falso engajamento nas redes sociais dos candidatos. Não passavam desinformação, mas teciam elogios e reforçavam discursos oficiais. Segundo o relatório divulgado pelo Facebook, esse conjunto de contas tinha cerca de 2.400 seguidores quando foi removida. Alguns perfis chegaram a pagar por conteúdos patrocinados para os candidatos citados, o que amplia o alcance dos posts.
Tal ato foi proibido pela legislação eleitoral em 2020. O gasto com anúncios no Facebook e Instagram foi de cerca de US$ 11.500, equivalente a mais de R$ 60 mil. O relatório cita ainda uma suposta ligação entre a empresa AP Exata Inteligência em Comunicação, que tem escritório em Vitória, com as pessoas que estavam por trás das contas derrubadas.
O CEO da empresa, Sergio Denicoli, teve o perfil suspenso do Facebook em dezembro, assim como o da empresa. Porém, esses perfis não eram falsos. Denicoli prestou serviços para Vidigal durante a campanha, por meio da Exata Comunicação Digital, empresa da qual também é sócio-proprietário. O candidato teria pagado R$ 37 mil para monitoramento de redes sociais, segundo prestação de contas à Justiça Federal. Já nas prestações de contas de Gandini e Euclério Sampaio, não há registro de contratação de nenhuma das empresas de Denicoli.
Fonte: Reprodução Tribuna On Line
Foto: Reprodução